Entre Tecidos
de Selma Pereira
A instalação toma como ponto de partida os padrões tradicionais da tecelagem e a influência representação do padrão. A tela é explodida, de onde saem fios e cordas que se expandem pelo espaço cénico da instalação, de forma a remeter para as urdiduras dos teares e simultaneamente as cordas das tradições fluviais, de onde eram estabelecidos os contactos e as trocas comerciais e culturais com o mediterrâneo. No espaço cénico, existem duas esculturas têxteis com cerca de 1 m, que remetem para as mãos a agarrar e a separar os fios. Um vídeo é projetado nas superfícies da tela, que consiste numa animação acerca dos motivos da tecelagem, (re)materializando a instalação física no ecrã.
Neste espaço, o espetador pode aproximar-se e apreciar de perto os elementos que compõem a instalação, fazendo-o livremente, não havendo regras pré-estabelecidas para a fruição da peça. Pretende-se também que para além da experiência háptica e interativa do espetador dentro da instalação, exista também uma experiência partilhável pelos espetadores nas redes sociais, dando assim uma continuidade à instalação.
A instalação pode ser adaptada a diferentes espaços e dimensões, sendo o recomendado um espaço com 2m por 2m, luz adequada à projeção de vídeo e uma parede de apoio onde é projetado um dos vídeos. A exposição para além dos componentes tangíveis requer a utilização de um projetor de vídeo.
Esta instalação surge na sequência de trabalhos desenvolvidos e expostos pela artista, acerca da materialização das tradições têxteis sob uma perspetiva pós-digital. São exemplos disso: Demora-te (apresentada em 2015 na conferência ARTECH 2015 em Óbidos), Ecoações (apresentada em 2015 na XVIII Bienal de Arte Contemporânea de Vila Nova de Cerveira), Al-Andaluz Têxtil (apresentado em 2017 na XIX Bienal de Arte Contemporânea de Vila Nova de Cerveira).
